Muito barulho por nada
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Enlaçado em meu pescoço
E o que pedi a Deus foi que me tirasse da deriva,
mas ele resolveu me dar de presente uma companhia,
E eu pintaria o céu de branquinho pra você!
Dançar tango no teto é pouco pra mim,
mas eu só vou até lá se todos os dias forem brancos e vier comigo!
É deslumbrante a vida com você navegante.
A junção de dois nadas deu em um tudo, magnífico.
O sol, depois de dois anos e meio, nasce novamente para nos.
Eternamente seu porto seguro,
sua vie.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Ninguém é responsável.
Uma hora um ato, outrora desato.
Certeza é pra ter, caçar, pra sossegar.
Abismo quando se pede, se joga, se acaba.
Alguém doe um coração, me doe a mão.
Quando se procura se acha.
A ideia de querer inteiro e não pela metade.
Arrancaram as velas do meu barco, e estou à deriva.
E a paz segurou na âncora quando ela fugiu.
Naufragar, nem a paz, nem a âncora,
Nem ninguém.
Certeza é pra ter, caçar, pra sossegar.
Abismo quando se pede, se joga, se acaba.
Alguém doe um coração, me doe a mão.
Quando se procura se acha.
A ideia de querer inteiro e não pela metade.
Arrancaram as velas do meu barco, e estou à deriva.
E a paz segurou na âncora quando ela fugiu.
Naufragar, nem a paz, nem a âncora,
Nem ninguém.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Não deixe parar. Pausar.
Isso, apetência,
Querendo sem pausas.
Desejo, aquiescência,
Querendo sem pausas.
Gritando, a ausência ,
Amando-te sem pausas.
Conforma, a abstinência,
Amando-te sem pausas.
Aparece, evidência,
Continua, sem pausas.
Se acaba a coerência,
Continua. Sem pausas.
Esperando. Consequência.
Procurando excelência
Pra nunca, desistência.
Sempre! Sem pausas.
domingo, 13 de março de 2011
O bom
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo.
A cada dia vou dormir lembrando, no instante, quero morrer pensando.
Descanço os olhos se na mente vem tua imagem, suspiro mais, soluço menos.
E a semana inteira é essa coisa de pensa, lembra, se não, imagina, rebobina, passa pra frente, pausa.
Pausa.
És tudo
Tudo que não me deixa em paz.
A cada dia vou dormir lembrando, no instante, quero morrer pensando.
Descanço os olhos se na mente vem tua imagem, suspiro mais, soluço menos.
E a semana inteira é essa coisa de pensa, lembra, se não, imagina, rebobina, passa pra frente, pausa.
Pausa.
És tudo
Tudo que não me deixa em paz.
Na companhia
Com medo de falar, metaforizamos,
Com medo de errar, falamos brincando,
Com medo de cair, não usamos salto no paralelepípedo
Com medo de ousar, nos calamos.
Com medo
medo
medo...
Calamos
Com medo de errar, falamos brincando,
Com medo de cair, não usamos salto no paralelepípedo
Com medo de ousar, nos calamos.
Com medo
medo
medo...
Calamos
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Monólogo das mãos
Para que servem as mãos? As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, xaltar, construir, trabalhar, escrever...
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário. Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena, foi com as mãos que Jesus amparou Madalena. Com as mãos David agitou a funda que matou Golias. As mãos dos Césares romanos decidia a sorte dos gladiadores vencidos na arena. Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência, os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pos ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda, o operário construir e o burguês destruir, o bom amparar e o justo punir, o amante acariciar e o ladrão roubar, o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões, os remédios e os venenos, os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes.
No volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do Homo Rebus lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida, a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta, acariciando, mostra a bondade, fechada e levantada mostra a força e o poder, empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes, da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza, doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada. Jesus abençoava com as mãos. As mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
Oduvaldo Viana (1892-1972)
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau, salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário. Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não matou Porcena, foi com as mãos que Jesus amparou Madalena. Com as mãos David agitou a funda que matou Golias. As mãos dos Césares romanos decidia a sorte dos gladiadores vencidos na arena. Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência, os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pos ao pescoço o laço que os outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda, o operário construir e o burguês destruir, o bom amparar e o justo punir, o amante acariciar e o ladrão roubar, o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões, os remédios e os venenos, os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes.
No volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do Homo Rebus lembra que a mão foi o primeiro prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida, a primeira almofada para repousar a cabeça, a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta, acariciando, mostra a bondade, fechada e levantada mostra a força e o poder, empunha a espada a pena e a cruz! Modela os mármores e os bronzes, da cor às telas e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza, doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada. Jesus abençoava com as mãos. As mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica, ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
Oduvaldo Viana (1892-1972)
Dia branco.
Aqui estamos nós, parados no mesmo lugar, sem perceber, que o tempo voa
como um pássaro a voar, como um pássaro a cantar, e sussurrar só pra nós, que é hoje
que a terra completa uma translação inteira em torno do sol.
E que parece ontem, o dia que sentamos na grama e abri o diário rosa,
e que parece anti-ontem, que estava no banco alto de cerveja olhando pra escada rolante,
e que parece semana passada, que te vi tropeçar olhando pra trás
e um dia antes, avistei de cima, alguém que achei que seria nada, só alguém que vi.
Vários momentos e registros, também.
Apelidos, brincadeiras e bobeiras.
São boas as lembranças, os choros velas e fitas amarelas.
Desde um Aham ao telefone, até as mãos pequenas.
Um desenho, uma carta.
Um dia inteiro discutindo o que comer,
Ou um dia inteiro que passou como um segundo
Num quarto azul com brigadeiro.
Definitivamente não foi uma chuva de azul, rosa e sabe-se lá o que!
Foi um dia branco. Porque o branco é a junção de todas as mais perfeitas cores existentes.
E hoje tento trazer meu amor em meio a um gesto bobo, mas que se lembre, e lembre
de verdade, todos os dias que olhar o céu e as estrelas, vai saber, do que um dia falamos.
Vide: http://letras.terra.com.br/geraldo-azevedo/46156/
como um pássaro a voar, como um pássaro a cantar, e sussurrar só pra nós, que é hoje
que a terra completa uma translação inteira em torno do sol.
E que parece ontem, o dia que sentamos na grama e abri o diário rosa,
e que parece anti-ontem, que estava no banco alto de cerveja olhando pra escada rolante,
e que parece semana passada, que te vi tropeçar olhando pra trás
e um dia antes, avistei de cima, alguém que achei que seria nada, só alguém que vi.
Vários momentos e registros, também.
Apelidos, brincadeiras e bobeiras.
São boas as lembranças, os choros velas e fitas amarelas.
Desde um Aham ao telefone, até as mãos pequenas.
Um desenho, uma carta.
Um dia inteiro discutindo o que comer,
Ou um dia inteiro que passou como um segundo
Num quarto azul com brigadeiro.
Definitivamente não foi uma chuva de azul, rosa e sabe-se lá o que!
Foi um dia branco. Porque o branco é a junção de todas as mais perfeitas cores existentes.
E hoje tento trazer meu amor em meio a um gesto bobo, mas que se lembre, e lembre
de verdade, todos os dias que olhar o céu e as estrelas, vai saber, do que um dia falamos.
Vide: http://letras.terra.com.br/geraldo-azevedo/46156/
quinta-feira, 15 de julho de 2010
O passar do tempo.
É intrigante como as coisas mudam...
A primeira música mandada, o primeiro texto dedicado,
Sempre surpreende mais.
O primeiro beijo, o primeiro presente,
Sempre alegra mais.
Primeira noite, primeiro filme,
Sempre arrepia mais.
A primeira lágrima, a primeira briga, primeira dor,
Sempre dói mais.
O primeiro perdão, o segundo, o terceiro...
E eis que vira uma monotonia,
Sempre, seja o que for,
Nem uma crise, nem um beijo...
Tudo que no começo era tão intenso,
Hoje, já não é mais.
E eu? Queria eu estar errada.
A primeira música mandada, o primeiro texto dedicado,
Sempre surpreende mais.
O primeiro beijo, o primeiro presente,
Sempre alegra mais.
Primeira noite, primeiro filme,
Sempre arrepia mais.
A primeira lágrima, a primeira briga, primeira dor,
Sempre dói mais.
O primeiro perdão, o segundo, o terceiro...
E eis que vira uma monotonia,
Sempre, seja o que for,
Nem uma crise, nem um beijo...
Tudo que no começo era tão intenso,
Hoje, já não é mais.
E eu? Queria eu estar errada.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
E si
Tudo se resume na teoria do si.
e si não fosse assim
e si fosse como queremos.
Mais não é bem assim que as coisas funcionam
E nunca será;
Temos que considerar as coisas como são...
Não como poderia ser
Tudo é mais difícil, tudo é tão complexo, mais flui.
e si não fosse assim
e si fosse como queremos.
Mais não é bem assim que as coisas funcionam
E nunca será;
Temos que considerar as coisas como são...
Não como poderia ser
Tudo é mais difícil, tudo é tão complexo, mais flui.
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