segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dia branco.

      Aqui estamos nós, parados no mesmo lugar, sem perceber, que o tempo voa
como um pássaro a voar, como um pássaro a cantar, e sussurrar só pra nós, que é hoje
que a terra completa uma translação inteira em torno do sol. 
E que parece ontem, o dia que sentamos na grama e abri o diário rosa,
e que parece anti-ontem, que estava no banco alto de cerveja olhando pra escada rolante,
e que parece semana passada, que te vi tropeçar olhando pra trás
e um dia antes, avistei de cima, alguém que achei que seria nada, só alguém que vi.
     Vários momentos e registros, também.
Apelidos, brincadeiras e bobeiras.
São boas as lembranças, os choros velas e fitas amarelas.
Desde um Aham ao telefone, até as mãos pequenas.
Um desenho, uma carta.
Um dia inteiro discutindo o que comer,
Ou um dia inteiro que passou como um segundo
Num quarto azul com brigadeiro.
     Definitivamente não foi uma chuva de azul, rosa e sabe-se lá o que!
Foi um dia branco. Porque o branco é a junção de todas as mais perfeitas cores existentes.
    E hoje tento trazer meu amor em meio a um gesto bobo, mas que se lembre, e lembre
de verdade, todos os dias que olhar o céu e as estrelas, vai saber, do que um dia falamos.


Vide: http://letras.terra.com.br/geraldo-azevedo/46156/    

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